terça-feira, setembro 13, 2005

EMFIM, O JORNALISMO AMDURECE

O novo manual é importante para quem está iniciando no jornalismo e não tem conhecimento sobre a legislação brasileira

Nem só de diplomas vive o jornalismo brasileiro. Enquanto jornalistas novatos, sem experiência na prática do trabalho, se engalfinham nas faculdades em busca de diplomas de mestrado ou doutorado, coisas simples e práticas são realizadas neste Brasil de meu deus.
O repórter Luís Fernando Rocha, do blog http://www.soblogs.blogger.com.br, envia e-mail com dois endereços bem interessantes e que faço questão de repassá-los para os demais colegas jornalistas de todo o país e até mesmo para os que estão fora do Brasil.
Primeiramente, Rocha envia o sítio do Terceiro Tribunal de Justiça Regional Federal (http://www.trf3.gov.br/usu/manual/manual.htm) informando sobre o lançamento, em segunda edição ampliada, revista e inteiramente atualizada do manual ‘Noções de Direito para Jornalistas – Guia Prática’, editado, impresso e patrocinado pela própria instituição judicial.
A publicação, inteiramente gratuita, pode ser obtida pelo programa PDF, mas com um leve inconveniente: o interessado terá que levar entre 15 a 20 minutos, conforme o computador e a velocidade da Internet que dispõe para gravar capítulo por capítulo do livro e não por inteiro como é comum em outras publicações. Isso não importa, pois vale ressaltar que o manual é de suma importância para que o profissional em jornalismo tenha conhecimento de como estar por dentro do sistema jurídico que agora, mais do que nunca, faz parte integrante da profissão.
Quem deseja ser jornalista não basta escrever bem, ter boas noções ou tiradas, ser ágil, perspicaz ou talentoso. Tem também que conhecer e muito bem sobre legislações atinentes às funções de jornalista, principalmente agora com a nova Lei de Imprensa que responsabiliza o profissional diretamente e não mais somente a empresa jornalística para a qual este presta serviços direta ou indiretamente. É o caso do colunista Luís Nassif recém condenado em ação movida pela Vale do Rio Doce.
O livro consta de oito capítulos, divididos em três partes, mais a Lei de Imprensa, glossário e os principais prazos judiciários. Os capítulos tratam de assuntos como: justiças privada, pública e internacional; do Estado e do poder institucional; da organização do poder judiciário; das instituições essenciais à administração da Justiça; dos conceitos básicos do Direito; da visão geral dos processos penal e civil; do caminho dos autos processuais; dos procedimentos especiais e do instrumento de tutela dos direitos e das liberdades.
Em sua ‘mensagem aos jornalistas’ (uma espécie de editorial ou apresentação), o desembargador Márcio José de Moraes, presidente do Tribunal Federal, informa que o manual visa facilitar a vida do profissional jornalista. “Esperamos, então, que aqueles que busquem dirimir suas dificuldades no mundo das letras jurídicas, encontrem aqui informações mais qualificadas”, esclarece.
Como não sou de aplaudir ações deste tipo, pois entendo que já deveriam ser praticadas há muitos anos pelos poderes constituídos deste país, enalteço, enfim, esta boa intenção do Terceiro Tribunal Regional de Justiça Federal, já que os nossos sindicados e a Fenaj não conseguem desenvolver idéias semelhantes. Que os nobres colegas façam bom proveito deste manual e que outras publicações deste nível surjam cada vez mais, tanto pelo lado da iniciativa estatal como privada.
Mais manual
Aliás, por falar nisso, retorno a enaltecer outro magnifico trabalho que se encontra à disposição dos colegas. Da mesma forma que o anterior, o colega Rocha envia endereço do sítio http://www.comunique-se.com.br/reporterdepolicia, onde pode ser encontrado o ‘Manual do Repórter de Polícia’, esplendidamente elaborado por Marco Antônio Zanfra, que possui a experiência de 13 anos como repórter do setor. “O repórter não sabe escrever perfeitamente sobre assuntos policiais e freqüentemente comete erros absurdos, como confundir rapto com seqüestro”, informa o autor do manual o motivo pelo qual levou a produzir a idéia. “Os erros cometidos pelos jornalistas são frutos da falta de referência que os repórteres têm na hora de apurar. Então entrevistei policiais, juizes e muitas pessoas ligadas ao tema”, emenda.
O acesso ao sítio é muito prático. Nele, o visitante terá disponível, por ordem alfabética, a 78 questões referentes as atividades de um repórter policial ou editor de Polícia, desde temas envolvendo aborto, passando por latrocínio até ultraje ao pudor. Todos os itens informam sobre os tipos de crimes e suas legislações vigentes e aplicações penais e cíveis.
Atenção editores do interior, que ainda tem o hábito de colocar na seção de Polícia qualquer iniciante de repórter, os chamados focas, devem se atentar sobre a legislação de imprensa que vem para penalizar de vez os péssimos costumes de ‘profissionais’ que acham que ser jornalista é um poder paralelo e intocável. Acabou a mamata.
Quanto aos iniciantes na função de repórter estejam atentos aos abusos de seus editores amparando-se unicamente no conhecimento da legislação em vigor. Escrevam aquilo que a lei permite e não o que mandam os editores e donos das empresas de comunicação do Brasil afora. Eu por exemplo, já perdi emprego de editor porque o dono do jornal queria que eu ‘fabricasse’ um notícia que era totalmente inverídica. Fui manda para o olho da rua e o jornal processado por ter publicado a falsa notícia. Estamos evoluindo!
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PERGUNTINHA À TOA
Até quando irá arrogância e petulância de Zé Dirceu de ministro da Casa Civil?
DICAS
Para quem vive fuçando a Internet indico dois endereços que valem ser visitados já. O primeiro é: www.resgatehistorico.com.br, que mostra com fartos documentos e informações registros da conturbada guerrilha no Brasil. Já o outro é: www.alfredo-braga.pro.br/biblioteca, recheado de livros de qualidade da Literatura Internacional, como: 'Admirável mundo novo', Aldous Huxley; 'O estrangeiro', de Albert Camus; 'Conferência sobre Ética', de Ludwig Wittgenstein, e tantos outros que podem ser copiados sem qualquer custo algum. Para encerrar, como colher de chá, apresento mais dois endereços imprescindíveis: www.sobrenatural.org/site/livros/livros.asp e www.cartorio24horas.com.br.

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