domingo, setembro 11, 2005

O MUNDO É DAS MULHERES


Hillary Clinton: mulher de coragem

Olga Benário: mulher destemida e guerreira


Golda Meir: mulher de fibra

Os machistas de prontidão que me perdoem, mas acho que está mais do que na hora do Brasil ser governado por uma mulher. Com as transformações que o mundo está passando atualmente, por todos os lugares a mulher está impregnada. Eu, por exemplo, já perdi uns quatro cargos de chefia de redação para mulheres. Creio que não tenha sido por incompetência da minha parte. Alegaram os donos dos jornais que foi por redução de custos, já que as mulheres ganham menos e trabalham muito mais. Depois fiquei sabendo que, além disso, as mulheres contratadas são mais submissas e dóceis quando o interesse é a defesa do patrimônio da empresa.

PODE até ser. No entanto, muitas destas mulheres deram rasteiras em gerentes e diretores destas empresas e ocupam hoje os cargos que antes eram destes.

EU CRESCI num ambiente só de mulheres. Quando criança, minha casa vivia estocada de mulheres. Com minha mãe e irmã, eu era o único homem. Os outros irmãos (homens) acabaram ficando com meu pai, que era separado de minha mãe. Diante disso, me sentia um rei, pois era muito paparicado e acariciado pelas mãos macias das mulheres. Bons tempos.

AINDA HOJE, vivo na mesma situação. Ou seja, rodeado de mulheres. Só que agora são quatro filhas e mais a esposa. Os carinhos destas já não são tão carinhosos como os de antigamente. Ocorre que, por ser pai, elas me cobram mais. Por mais que eu tente, não tenho voz ativa. Sou sempre voto vencido. Também pudera!

COMO DIZIA, minha casa vivia cheia de mulheres. O motivo? Tratava-se de reunião para colocar as conversas em dia, fofocas mesmos. Entre um assunto e outro, a mulherada discutia muitas questões pertinentes à política, principalmente sobre sucessões eleitorais. Neste aparte minha mãe era especialíssima. Entendia muito de política e era uma espécie de conselheira sobre o assunto.

HOMENS DA POLÍTICA vinham até ela se aconselhar ou informar-se sobre a realidade política da cidade. Lembro-me muito bem que todos os nomes que minha apoiava acabavam vencendo o preito, seja vereador, prefeito ou deputado. Minha mãe tinha uma capacidade de liderança política, mas nunca colocou isso em prática, a seu favor. No entanto, dizia que um dia, quando ela já tivesse ido embora, a mulher iria tomar contar do poder político do Brasil.

ACHO QUE ELA tem razão. Não agüento mais estes mesmos nomes disputando as sucessões políticas do país. Quando não são eles, são seus filhos, parentes. Eles estão sempre se perpetuando na manutenção do poder.

NO ENTANTO, por outro lado, está difícil de encontrar o tipo de mulher ideal para comandar este país nos dias de agora. Do PT surgiram algumas mulheres que tiveram ótimas oportunidades de chegar lá.

PRIMEIRO FOI com Maria Luíza Fontenelle. Lembram-se dela? Foi um desastre como prefeita de Fortaleza. Tivemos uma experiência razoável com Telma de Souza no comando da Prefeitura de Santos. Até que não foi mal, mas como deputada deixa a desejar. Luíza Erundina me pareceu uma mulher de fibra, mas foi abandonada pela turma do PT na Prefeitura de São Paulo e derrapou naquele triste episódio do caso Shell e Fórmula 1. No Rio de Janeiro, há Jandira Feghali, em quem ainda deposito alguma fé caso chegue a um cargo executivo.

MAS DECEPCIONANTE mesmo tem sido, pelo menos para mim, é a sexóloga Martha Suplicy. Já não ia muito com a cara dela por sempre ter pertencido aos esquemas da Rede Globo e menos agora como prefeita de São Paulo. Ela não perde em nada para Paulo Maluf em termos de demagogia.

NO CONTEXTO MUNDIAL, quem pode ser o exemplo de mulher para comandar o Brasil, me pergunto. Eis alguns exemplos de mulheres. Particularmente, sempre admirei Golda Meir. Acho que ela soube ter pulso firme quando era primeira ministra israelense. Até hoje os palestinos ressaltam que era muito melhor negociar com ela do que com Ariel Sharon. Apesar de judia, Golda era soviética de nascimento. Teve uma vida árdua, mas encontrou muita fibra para vencer as tempestades do cotidiano. Para mim é o tipo de mulher exemplar para governar política e administrativamente.

OUTRA MULHER que admiro, nem tanto por sua competência política, mas por sua capacidade de sobreviver ante a confissão do marido de assédio sexual na Casa Branca. Vejo em Hillary Clinton o tipo de mulher corajosa, mas não sei se teria o mesmo brilho no comando político da maior nação do mundo.

ACHO QUE O ESPÍRITO de mulher ideal para governar um país como o Brasil, imagino, teria que ter as qualidades que teve Olga Benário ou Olga Prestes, aquela mesma alemã que Getúlio Vargas e seu staff enviaram para os nazistas para ser morta na câmara de gás.

ATÉ HOJE, confesso, que não sei como Luis Carlos Prestes acabou se enturmando com Getúlio anos depois. Este é um tipo de perdão que só caberia a Deus. Isso se Getúlio tivesse se arrependido do que fez. das muitas barbáries que cometeu ao longo dos quase 19 anos que administrou este país.

GETÚLIO REPRESENTOU um longo atraso para o Brasil. Dizendo isso, sei que muitos getulistas vão preferir me trucidar, mas temos que falar a verdade. Aliás, são das faltas de verdades em sua história que o país carece tanto de nobreza e integridade.

EM BLOG futuro vou continuar pesquisando o tipo de mulher, a meu ver, para governar este país. No entanto, estamos no caminho certo. O mundo é cada vez mais das mulheres. Ainda bem! Que elas não se ofusquem e sejam piores do que nós temos sidos até agora.

[Este artigo foi publicado em 22/8/2003, em meu outro blog, cujo endereço é www.emvoodepassaro.blog-se.com.br]

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