
Intelectuais escandinavos da estirpe de um Knut Hamsun, Søren Kierkgaard, Bjørnstjerne Bjørnson, Hans Christian Andersen, Ingmar Bergman, Liv Ullmann, sem deixar de lado Alfred Nobel, e tantos outros, por meio de seus trabalhos nos campos da cultura e da educação, deram suas parcelas de contribuição e hoje, mesmo mortos ou fora de suas atividades, são lembrados e enaltecidos por suas proezas. Seus livros, artes e projetos são mantidos intactos nos meios escolares, acadêmicos, jornalísticos e nas rodas intelectuais. Seus trabalhos são admirados, analisados, aperfeiçoados e transmitidos de geração em geração. Nem por isso a educação dos escandinavos deixam de ser modernos e atraentes.
No Brasil, a nossa sociedade, principalmente a classe dominante, as tradicionais famílias oligárquicas, que controlam o governo, fazem de tudo para que importantes nomes da intelectualidade brasileira fiquem à margem dos contextos culturais e educacionais, mais essencialmente distantes do povo. O hoje sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que ficou oito anos na presidência do país, pouco ou quase nada fez para reavivar nomes esquecidos da intelectualidade brasileira. Uma atitude estranha, justamente por ele pertencer à classe de intelectuais brasileiros. No fundo, deu muito bem para entender o porquê de seu distanciamento em não dar espaço a nomes importantes da nossa cultura contemporânea. Mesmo tendo um Francisco Weffort, no Ministério da Cultura, o governo de FHC ficou subordinado ao sistema que comanda este país.
No governo que aí está, também se percebe que a situação permanecerá a mesma. Lula nomeou o baiano Gilberto Gil para o Ministério da Cultura. Este é ligado ao grupo de Cacá Diegues, cineasta que ficou rico às custas do dinheiro público sem fazer filmes de qualidades ou a altura dos altos custos dos financiamentos estatais. Paulo Francis sempre suspeitou de tanto dinheiro na vida de Cacá Diegues diante de uma produção cultural esdrúxula, sem qualidade. Por aí segue.
Retornando ao governo de FHC. Em seu período na presidência do país, ele mandou produzir milhões de exemplares de livros didáticos para as escolas públicas do país. Depois ficou comprovado que nenhum dos livros possuíam qualidades e métodos científicos plenamente adequados para o ensinamento das crianças e adolescentes brasileiros. Não teria sido mais fácil e eficiente se FHC tivesse reeditado obras de nomes que estudaram verdadeiramente a história e a cultura do país? Certamente que sim, mas, infelizmente, o sistema sempre vence. Aplicou-se bilhões de reais na impressão de livros sem valor metodológico para o ensino das futuras gerações de brasileiros. Mais um retrocesso a lamentar na história do Brasil.
Como temos a capacidade de deixarmos de lado nomes extremamente competentes de um Maurício Tragtenberg, Milton Santos, Paulo Freire, Caio Prado Jr, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Olavo de Carvalho, Aziz Ab¿Sáber, Sérgio Buarque de Holanda, Josué de Castro, Gilberto Freyre e tantos? Estes e muitos outros nomes deram grandes contribuições para o país em suas áreas de atuação e hoje são muito mais lembrados, exaltados e estudados fora do Brasil do que aqui. Por que isso ocorre? Por que temos que remar contra a maré? Por que temos que aceitar uma educação sistematizada, utilizando-se de elementos e pessoas enfadonhas que nada tem a acrescentar para o engrandecimento da sociedade brasileira?
São muitas as perguntas e bem poucas as respostas. Isso só ocorre nos dias atuais por falta de um basta. A atual e as futuras gerações de brasileiros é quem terão que quebrar os laços de ranços de uma tradição que beneficia uma minoria ao longo dos séculos de colonização do país.
Não seria mais fortificante estudar e crescer diante das pesquisas de um Milton Santos, Josué de Castro e Aziz Ab¿Sáber na área de Geografia? De um Celso Furtado na de Economia? Caio Prado Jr, Sérgio Buarque de Holanda e Evaldo Cabral em História? Darcy Ribeiro e Gilberto Freyre em Sociologia? Olavo de Carvalho em Filosofia? Paulo Freire e Maurício Tragtenberg em Educação? Daria para citar dezenas de tantos outros nomes ilustres da intelectualidade brasileira, mas este artigo se tornaria uma lista de citação de nomes. Não é este objetivo a que se propõe.
A idéia visa apenas alentar, desabafar e gritar diante de um mundo em que poucos querem ouvir, ver e saber as razões pelas quais o Brasil não segue adiante. Dizem que estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas não conseguimos ver a cor do dinheiro desta riqueza. Tudo no Brasil respira ficção, mas vive-se uma realidade espúria, de completa exploração econômica e intelectual de uma minoria de privilegiados sobre uma maioria desagregada que não encontra forças para se unir e dar um basta nisso tudo.
Esperançoso, creio que nos anos que virão faremos uma completa revolução e aí quem sabe a história deste país será escrita, definitivamente, sobre a base da verdade. É uma questão de tempo. Até lá, a paciência ainda é o melhor caminho, mas urge que o povo oprimido e excluído se organize, de fato, para encurtar este tempo da esperança.
[Este artigo foi publicado em meu blog Gritos & e Sussurros do dia 7 de novembro de 2003]
No Brasil, a nossa sociedade, principalmente a classe dominante, as tradicionais famílias oligárquicas, que controlam o governo, fazem de tudo para que importantes nomes da intelectualidade brasileira fiquem à margem dos contextos culturais e educacionais, mais essencialmente distantes do povo. O hoje sociólogo Fernando Henrique Cardoso, que ficou oito anos na presidência do país, pouco ou quase nada fez para reavivar nomes esquecidos da intelectualidade brasileira. Uma atitude estranha, justamente por ele pertencer à classe de intelectuais brasileiros. No fundo, deu muito bem para entender o porquê de seu distanciamento em não dar espaço a nomes importantes da nossa cultura contemporânea. Mesmo tendo um Francisco Weffort, no Ministério da Cultura, o governo de FHC ficou subordinado ao sistema que comanda este país.
No governo que aí está, também se percebe que a situação permanecerá a mesma. Lula nomeou o baiano Gilberto Gil para o Ministério da Cultura. Este é ligado ao grupo de Cacá Diegues, cineasta que ficou rico às custas do dinheiro público sem fazer filmes de qualidades ou a altura dos altos custos dos financiamentos estatais. Paulo Francis sempre suspeitou de tanto dinheiro na vida de Cacá Diegues diante de uma produção cultural esdrúxula, sem qualidade. Por aí segue.
Retornando ao governo de FHC. Em seu período na presidência do país, ele mandou produzir milhões de exemplares de livros didáticos para as escolas públicas do país. Depois ficou comprovado que nenhum dos livros possuíam qualidades e métodos científicos plenamente adequados para o ensinamento das crianças e adolescentes brasileiros. Não teria sido mais fácil e eficiente se FHC tivesse reeditado obras de nomes que estudaram verdadeiramente a história e a cultura do país? Certamente que sim, mas, infelizmente, o sistema sempre vence. Aplicou-se bilhões de reais na impressão de livros sem valor metodológico para o ensino das futuras gerações de brasileiros. Mais um retrocesso a lamentar na história do Brasil.
Como temos a capacidade de deixarmos de lado nomes extremamente competentes de um Maurício Tragtenberg, Milton Santos, Paulo Freire, Caio Prado Jr, Celso Furtado, Darcy Ribeiro, Olavo de Carvalho, Aziz Ab¿Sáber, Sérgio Buarque de Holanda, Josué de Castro, Gilberto Freyre e tantos? Estes e muitos outros nomes deram grandes contribuições para o país em suas áreas de atuação e hoje são muito mais lembrados, exaltados e estudados fora do Brasil do que aqui. Por que isso ocorre? Por que temos que remar contra a maré? Por que temos que aceitar uma educação sistematizada, utilizando-se de elementos e pessoas enfadonhas que nada tem a acrescentar para o engrandecimento da sociedade brasileira?
São muitas as perguntas e bem poucas as respostas. Isso só ocorre nos dias atuais por falta de um basta. A atual e as futuras gerações de brasileiros é quem terão que quebrar os laços de ranços de uma tradição que beneficia uma minoria ao longo dos séculos de colonização do país.
Não seria mais fortificante estudar e crescer diante das pesquisas de um Milton Santos, Josué de Castro e Aziz Ab¿Sáber na área de Geografia? De um Celso Furtado na de Economia? Caio Prado Jr, Sérgio Buarque de Holanda e Evaldo Cabral em História? Darcy Ribeiro e Gilberto Freyre em Sociologia? Olavo de Carvalho em Filosofia? Paulo Freire e Maurício Tragtenberg em Educação? Daria para citar dezenas de tantos outros nomes ilustres da intelectualidade brasileira, mas este artigo se tornaria uma lista de citação de nomes. Não é este objetivo a que se propõe.
A idéia visa apenas alentar, desabafar e gritar diante de um mundo em que poucos querem ouvir, ver e saber as razões pelas quais o Brasil não segue adiante. Dizem que estamos entre as dez maiores economias do mundo, mas não conseguimos ver a cor do dinheiro desta riqueza. Tudo no Brasil respira ficção, mas vive-se uma realidade espúria, de completa exploração econômica e intelectual de uma minoria de privilegiados sobre uma maioria desagregada que não encontra forças para se unir e dar um basta nisso tudo.
Esperançoso, creio que nos anos que virão faremos uma completa revolução e aí quem sabe a história deste país será escrita, definitivamente, sobre a base da verdade. É uma questão de tempo. Até lá, a paciência ainda é o melhor caminho, mas urge que o povo oprimido e excluído se organize, de fato, para encurtar este tempo da esperança.
[Este artigo foi publicado em meu blog Gritos & e Sussurros do dia 7 de novembro de 2003]
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